Na última semana, quando a ginasta norte-americana Simone Biles desistiu da competição por equipes nas Olimpíadas de Tóquio, alegando que a exaustão emocional estava prejudicando sua capacidade de desempenho, o mundo parou.
Um atleta é facilmente confundido com um herói. E este ato de Bials pode ter relembrado o mundo de que atletas potentes, disciplinados e de alta performance são, no fim do dia, seres humanos com seus medos, fortalezas, fragilidades, sonhos e dores. E neste contexto, a saúde física e emocional merece atenção e cuidado.
Enquanto tantos aplaudiram sua coragem, mesmo com o grande histórico de conquista de Biles, outros partiram para o ataque, acusando fraqueza. Isso porque a saúde mental pode promover o ceticismo, dado que é invisível. Não podemos ver a luta emocional como podemos ver um osso quebrado ou a dor de um músculo distendido. E diante da intangibilidade emocional, alguns se sentem no direito de julgar e esperar que atletas do calibre olímpico simplesmente aceitem a dor, o medo e sigam em frente na busca de mais conquistas.
Toda essa repercussão me fez refletir sobre quem buscamos ser na vida profissional: estamos buscando ser super-heróis ou já aprendemos a acolher nossa humanidade e vulnerabilidade?
Em uma sociedade onde o sucesso é medido majoritariamente pelas conquistas na carreira e finanças, é uma competência saber dizer “não” àqueles desafios que podem comprometer outras importantes áreas da vida como: saúde, lazer, equilíbrio emocional, família, hobbies, entre outros.
Esses “nãos” podem e devem coexistir com uma história de alta performance sustentada. No entanto, isso requer autoconsciência e coragem de romper padrões eventualmente parecer imperfeito aos olhos alheios.
Compartilho algumas dicas de leitura para ajudar nessa jornada de autoconhecimento e evolução:
• A Coragem de Ser Imperfeito – Brené Brown
• Ikigai – Héctor García & Frances Miralles
• Propósito, A Coragem de ser quem somos – Sri Prem Baba
Anne Marinho
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