Quando cheguei na Pennsylvania, eu estava cheia de expectativas e sonhos. Mas logo me deparei com a solidão e o choque de culturas. Era como se eu tivesse sido jogada numa realidade completamente diferente, onde tudo era desconhecido e estranho.
Passeava pelos parques da cidade, admirando as paisagens e a natureza exuberante, mas sempre sozinha. As pessoas por aqui pareciam tão ocupadas e distantes, e eu me sentia perdida em meio a esse mundo novo. O silêncio era ensurdecedor, e eu sentia falta do barulho e da agitação do meu país natal.
Para amenizar a solidão, passei a escrever cartas para minha família e amigos no Brasil. Sentada em um banco no parque, dedicava horas a descrever minhas experiências e emoções. Essas cartas nunca foram enviadas, mas funcionavam como um bálsamo para minha alma solitária.
Naquela época, ainda não existiam smartphones, e o único método de comunicação com o Brasil era através de ligações feitas do orelhão, utilizando um cartão telefônico internacional. Cada conversa era cara e breve, e eu sentia um aperto no coração toda vez que desligava.
Cheguei em julho e ainda era verão. Desfrutei dos dias ensolarados, mas sabia que logo o inverno chegaria e com ele todos os desafios que eu nunca tinha enfrentado antes. E, verdade seja dita, eu não estava preparada.
Assim como os dias ficaram mais curtos e as temperaturas despencaram, meu ânimo também parecia diminuir. Eu me via trancada dentro do quarto que alugava na casa de uma senhora colombiana, tentando me aquecer em meio às cobertas e às lembranças do calor brasileiro.
Naquela época, eu trabalhava numa fábrica de roupas e ia caminhando ao trabalho. O frio era cruel, o vento cortante, fazendo-me encolher cada vez mais. Por algumas vezes, perdi o equilíbrio e escorreguei no gelo causado pela neve. Era difícil não se sentir fragilizada em meio a essas adversidades.
Tudo o que eu queria era voltar para o Brasil, para minha zona de conforto, onde a língua era familiar e as pessoas me entendiam. Mas algo dentro de mim me impedia. Eu tinha medo de fracassar, de voltar derrotada. Então, decidi me agarrar à minha força interior e enfrentar aquele inverno rigoroso.
Aquelas dificuldades foram um teste para minha resiliência e determinação. Aos poucos, fui me adaptando ao frio, aprendendo a lidar com a solidão e a cultura diferente. Conheci pessoas incríveis, que se tornaram meus amigos e me ajudaram a superar os desafios.
Aquela experiência me ensinou a ser mais corajosa e resiliente, a não desistir diante das adversidades. Hoje, olhando para trás, percebo que essa fase difícil foi fundamental para o meu crescimento pessoal. Aprendi que não importa o quão difícil seja o caminho, sempre há uma maneira de seguir em frente e alcançar nossos objetivos.
E, aos poucos, fui construindo minha vida nos Estados Unidos, transformando aquele país distante e desconhecido em meu lar adotivo.
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@lucianevazusa