Um sonho americano by Luciane Vaz

Além das fronteiras by Luciane Vaz

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Eram as 6 da manhã quando o despertador tocou. O sol quente ja batia no meu quarto e era hora de arrumar e ir para escola. Numa rotina diária, as 7:30 já deveria estar no primeiro período da 7th sére onde eu cursada o colegial. O percurso de 15 minutos o fazia numa bicicleta caloi cici de cor rosa e branca que eu havia ganhado de aniversário do meu avô uns meses antes dele falecer. Eu não tinha muitos amigos na escola, na verdade me sentia um patinho fora da lagoa uma vez que não me encaixava em nenhum dos perfis dos outros alunos. Era uma escola católica administrada por freiras e eu vinha de uma família com princípios adventistas. A maioria dos alunos eram de poderes aquisitivos altos, mas eu usava as roupas que minha prima mais velha me doava quando já não a serviam mais.
O meu relacionamento em casa nunca foi harmonioso. Logo após meu nascimento meus pais se separaram e fui então viver com meus avós paternos na fazenda e me lembro de dias incríveis, andando a cavalo e brincando com minha irmã adotiva. Porém quando chegou a idade de começar os estudos tive que ir viver com meu pai e minha madrasta na cidade. Confesso que foi uma fase bem difícil. A cidade onde eu morava que ficava no interior de Mato Grosso, tinha pouco mais que 20 mil habitantes na época. Muitos deles que não eram nativos, eram famílias que vieram colonizar as terras em busca de riquezas nos garimpos de ouro, ou explorar o agronegócio ou montar uma pousada para turistas que vinham visitar o Pantanal.
Logo após a escola o meu dever era cuidar da lanchonte da minha família onde eu passava a tarde ajudando no atendimento. Por ser uma lanchononete na Avenida principal da cidade, passavam por ali muitos estrangeiros com destino ao Pantanal, e foi escutando algumas conversas dos clientes que eu comecei a imaginar como seria a vida em outros países. Percebi como os gringos chegavam de carros luxuosos e compravam sem pedir descontos ou fíado. Me fascinava a idéia de falar outros idiomas e conhecer outras culturas. A cidade onde nasci era turística e de uma beleza natural infindável porém com pouca estrutura e eu sonhava como seria a vida além daquelas terras cheias de gado e animais silvestres.
Mas naquele dia aconteceu algo diferente. Cintia, uma gaúcha loira dos olhos azuis de família renomada, era uma das minhas colegas e uma das mais populares da classe, me deu uma agenda onde havia um questionário com varias perguntas na qual as meninas deveriam responder. Me lembro que uma das perguntas era: “Se pudesse morar em qualquer lugar do mundo, onde seria?” Eu nao conhecia nenhum lugar além das histórias dos livros ou filmes que havia assitido. O mais longe que já havia ido era a capital que ficava a 100 km da minha cidade. E a minha resposta á aquela pergunta foi: Acapulco. Na época passava um seriado na TV e eu achava o máximo as aventruras dos adoslecentes na cidade Mexicana.

É claro que as o universo demorou um pouco para responder ao meu pedido pois talvez eu não o tivesse feito com muita convicção no momento, ou talvez porque nem eu mesma acreditasse que seria possível. Algum tempo depois me mudei para a capital para morar com uma tia e logo fui estudar num internato em São Paulo onde comecei a ver que existia um mundo além daquele que eu vivia. Mas a minha história de superação começou 7 anos depois quando Eu embarquei num vôo saindo de Cuiabá com destino a Cidade do Mexico. https://instagram.com/lucianevazusa

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