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Apenas 23% dos artistas brasileiros possuem um empresário independente

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Pesquisa revela que um artista sem investimentos faz em média 2,05 shows por mês, enquanto os agenciados realizam em média 6,76 shows

Segundo pesquisa realizada pelo Laboratório de Economia Criativa da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) do Rio de Janeiro, mostrou que artistas que se auto empresariam têm uma média de 2,05 shows por mês, com faturamento médio de cerca de R$ 10 mil. Já os artistas atendidos por um escritório de empresariamento fazem uma média de 6,76 shows, com faturamento médio de R$ 377 mil, 34 vezes mais do que os primeiros. Esse dado demonstra o impacto de ter uma equipe trabalhando pela sua carreira.

Os números mostram que 12% dos artistas do mainstream brasileiro (o ponto de partida foram 600 artistas listados no banco de dados da publicação “Showbusiness”) se autoempresariam; 23% possuem um empresário independente; e 58% são atendidos por um escritório. Dos que não têm empresários, 76% gostariam de ter.

Vitor Santisteban (42), advogado e empresário, é um exemplo da nova safra de empresários artísticos no Brasil. Depois de advogar com sucesso por mais de dez anos e comandar uma vasta equipe em seu escritório de advocacia, decidiu tirar do papel um dos maiores projetos da sua vida, a Help! Music, escritório de empresariamento artístico e produção de eventos.

“Foram anos planejando, estruturando equipe e buscando novos talentos para investir de forma segura e com muita cautela o dinheiro que levei anos para capitalizar com a advocacia. Antes da pandemia, quando criei e lancei a Help Music no mercado, um cenário era apresentado em relação a retorno de investimentos. Com a pandemia, busquei recursos conscientes em instituições bancárias para honrar compromissos principalmente com colaboradores”, explica o empresário.

Segundo a pesquisa, antes da pandemia foram computados cerca de 55 mil shows / ano. Na retomada da pandemia, depois de todas as liberações concedidas foram computados 40 mil shows, 27% menos e com valores ainda menores. “Muitos contratantes acabam comprando datas em quantidade e com valor menor, tivemos que ceder para movimentar a agenda. Além de equilibrar o caixa da empresa, precisamos movimentar a agenda do artista”, explica.

Quanto ao faturamento de shows ao vivo comparado antes e pós pandemia, pode-se observar uma queda de mais de 15% da receita obtida. “Colocar um artista na estrada requer disposição de um caixa com movimentações. Tenho artistas na agência que necessitam de um investimento 360º, que vai desde a contratação de equipe até roupas e acessórios. Lançar uma música no Brasil hoje requer alguns dígitos no banco”.

O retorno de investimento em um artista independente é considerado a médio ou longo prazo. “Em hipótese alguma conseguimos obter retorno financeiro a curto prazo. Mesmo com uma agenda ativa, os custos são mais altos que a receita. Todo o retorno tem que ser diluído para que o artista não desanime e possa sentir o progresso da sua carreira. Hoje o mercado está cada vez mais desafiador”, enfatiza Vitor.

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