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Após o carnaval, 8 a cada 10 brasileiros continuam endividados

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60% possuem débitos com cartão de crédito em aberto e 43% buscam negociações com banco

O começo do ano é geralmente um período utilizado por muitos brasileiros para se reorganizar financeiramente, pelo menos é o que 12 milhões de brasileiros já fizeram no primeiro bimestre. Ao todo 17 milhões de dívidas foram “desnegativadas”, quitadas ou equacionadas e o total renegociado chega a R$ 35,6 bilhões, segundo dados obtidos através do programa Desenrola Brasil. 

Mas para 44% dos brasileiros o ano começa depois do carnaval e os altos índices de endividados continuam em fevereiro. Segundo dados do Raio-X dos Brasileiros em Situação de Inadimplência, 8 em cada 10 brasileiros encerraram o ano de 2023 com dívidas e destes um terço continuam com contas atrasadas. Débitos com bancos (64%) e cartão de crédito (60%) são as fontes dos débitos em aberto, segundo base de dados do Instituto Locomotiva e da Serasa. 

Em janeiro, 76% dos brasileiros procuraram alguma forma de crédito, sendo o serviço de cartão o mais buscado. Em relação à finalidade do crédito solicitado em empréstimos pessoais, 41% afirmou ser para investimentos, 21% para pagar contas básicas e 26% para pagar dívidas de contas básicas.

Segundo Fernando Lamounier, educador financeiro e sócio diretor da Multimarcas Consórcios, o cartão de crédito continua sendo um dos grandes dificultadores porque é visto como um valor adicional ao orçamento mensal. “Os brasileiros vêm utilizando a modalidade para compras do dia a dia e a capacidade de parcelamento levou-os a acreditar que ao dividir uma compra a dívida fica menor, quando na realidade, as pessoas estão apenas  antecipando as dívidas do próximo mês”, explica. 

Em sequência, aparece o setor de água e luz (11,33%), comércio (11,20%) e outros com 7,16%. Sudeste, Nordeste e Norte lideram o ranking das regiões com mais débitos é o que mostra os dados apresentados pela  CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e o SPC (Serviço de Proteção ao Crédito). Muitas famílias ainda são reféns da utilização de créditos para complementar o orçamento mensal e a utilização de diferentes solicitações podem levar a refinanciamentos.

“Para os brasileiros, a instabilidade econômica do país é o agente dificultador de um padrão de vida financeira saudável para o cidadão comum. A alta inadimplência deve-se à situação dos salários baixos e desemprego elevado”, explica o especialista.

A previsão é que para o mês de março aumente o número de brasileiros buscando negociações e acordos para sair da lista de inadimplência. Segundo a Serasa, todos os meses mais de 26 milhões de pessoas acessam o site e o aplicativo. A instituição afirma que com a nova parceria com o programa Desenrola do Governo Federal, o número deve aumentar e mais facilidades devem ser ofertadas. 

Pensando nisso, o especialista separou 3 dicas para auxiliar quem está no vermelho:  

Faça um levantamento dos gastos, anotando todas as futuras despesas. Análise as áreas em que é possível economizar, buscando alternativas mais econômicas e eficientes.

Utilize a regra 50, 30 e 20 para organização das finanças e priorize as despesas mais importantes, evitando o endividamento. A regra financeira é simples e divide o orçamento em três partes: 50% para gastos fixos e essenciais; 30% para gastos variáveis e que podem ser reduzidos se necessário; e 20% para investimentos ou criação de um fundo de reserva.

Evite dívidas desnecessárias para manter seu orçamento saudável é extremamente importante avaliar com atenção suas necessidades antes de efetuar compras parceladas ou solicitar empréstimos. Portanto, ao planejar suas finanças, lembre-se de considerar cuidadosamente se a compra é realmente necessária para atender às suas necessidades imediatas e se você terá capacidade de pagar as parcelas mensais ou as prestações dentro do prazo estabelecido.

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